Dia Internacional da Juventude: o Porto que sonhamos
Corpo do artigo
Hoje, no Dia Internacional da Juventude, e a dois meses das eleições autárquicas, impõe-se uma pergunta simples mas decisiva: com que Porto e com que Área Metropolitana sonham os jovens?
Sonhamos em construir a nossa melhor versão nesta Cidade Invicta. Mas sabemos que este sonho exige trabalho, visão e coragem política. Se a emigração jovem é um problema, o hipercentralismo em Lisboa continua a empurrar muitos jovens para a capital. Precisamos de atrair investimento estrangeiro e de conquistar as melhores empresas para a região, apostando nas áreas de futuro e valorizando o talento que formamos. Não aceitamos que o país seja "Lisboa e o resto paisagem", nem que o investimento público continue a concentrar-se quase todo na capital, perpetuando desigualdades.
Um Porto pujante economicamente é um Porto Cidade do Conhecimento - que potencia as suas instituições de Ensino Superior, fomenta o debate, estimula a troca de ideias e transforma saber em desenvolvimento. A AMP tem de se afirmar como um verdadeiro hub de colaboração entre Ensino Superior, centros de investigação e empresas inovadoras. É nesta ligação entre conhecimento e economia que reside a capacidade de atrair e fixar talento.
Também para quem encontra oportunidades, sair de casa é um desafio. A crise de habitação empurra a emancipação para os 29 anos, adiando projetos de vida. A resposta não pode ser um leilão de promessas eleitorais. É preciso agir: aumentar a oferta pública e privada de habitação, acelerar licenciamentos e, do lado da procura, apoiar o arrendamento jovem, por exemplo, com programas municipais complementares ao Porta 65. No alojamento estudantil, é fundamental aumentar a oferta pública e expandir programas de sucesso, como o "Aconchego", que aproxima gerações e dá respostas rápidas.
E porque não há liberdade sem segurança, é urgente restabelecer o sentimento de tranquilidade nos portuenses. Não podemos aceitar como normal que haja delinquentes a vender droga descaradamente nas nossas ruas. Precisamos de mais patrulhamento policial, especialmente nas zonas de movida, reforço da videovigilância e melhor iluminação pública. A cidade tem de poder ser vivida, de dia e de noite, sem medo.
Sonhamos também com um só Porto, sem barreiras e sem guetos. Onde o código postal não determine as oportunidades de cada um. E é no desporto que encontramos uma poderosa arma de coesão social. Queremos um campo de street basket ou futebol por quarteirão, instalados em locais neutros que promovam a convivência entre jovens de todas as origens.
Neste Dia Internacional da Juventude, reafirmamos que não nos resignamos. Queremos manter aceso este sentimento que é ser do Porto. Queremos um Porto que seja casa e horizonte. Um Porto para viver, estudar e ser feliz.