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Ao longo da nossa vida procuramos sempre encontrar uma explicação para as coisas más e perdemos algum tempo a dar voltas à cabeça, como se tivéssemos de justificar fosse o que fosse. Porque achamos que tudo o que se passa nunca acontece por acaso e precisa de ter uma razão, seja ela qual for. Jurgen Klopp, um treinador que tem um lado humano como poucos, definiu a morte de Diogo Jota com um enorme enigma: "Deve haver um propósito maior, mas eu não consigo vê-lo". Nem ele, nem nós, nem ninguém consegue entender por que a vida de um homem bom, pai de família e sem tiques de vedeta, que era um exemplo de humanismo, terminou num trágico acidente de viação.
Nem ele, nem nós, mas sobretudo os pais e a mulher conseguem encontrar uma explicação racional para que a vida terminasse quando parecia estar no auge e o futebol ainda tinha tanto mundo pela frente, a glória de golos a aparecer, títulos e outras tantas conquistas, fossem pelo Liverpool ou por outro clube qualquer. Diogo Jota deixa uma herança pesada porque não era apenas um futebolista, era um homem que nunca se deixou dominar pela fama e lutou contra a corrente que muitos não teriam força para vencer. Nunca jogou na formação de um clube grande, não fez nenhum jogo oficial pelo Atlético de Madrid e até andou pela 2.ª Divisão inglesa. Mas nunca desistiu de lutar e sem perder a humildade que caracterizam as pessoas especiais. E Diogo Jota era uma pessoa especial com o dom de ser jogador de futebol.