Diretores, as âncoras das escolas públicas!
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As escolas públicas portuguesas são lideradas por professores, que, em comissão de serviço, exercem a função de diretor, com limite de quatro mandatos, cada um com igual número de anos.
São profissionais ao comando de 810 agrupamentos e escolas secundárias não agrupadas, apoiados por subdiretores, adjuntos e assessores na promoção e elevação da qualidade das aprendizagens, em prol das comunidades que servem.
Com uma visão empreendedora, assumem a linha da frente, motivados pelo impacto positivo que exercem nos destinos de crianças, alunos e formandos, alargando-lhes caminhos e oportunidades, capacitando-os para uma cidadania plena e um futuro promissor.
Aos diretores das escolas públicas portuguesas são exigidos diariamente inúmeros atos administrativos, mas nem por isso dispõem de apoio jurídico, desprotegidos no serviço louvável que cumprem com rigor e galhardia. Tendo formação adequada para o desempenho do cargo, lideram muitas vezes no fio da navalha, mitigando constrangimentos com auxílio dos seus pares e das associações que os representam. Aceitam os desafios que os problemas lhes impõem, fazendo acontecer autênticas maravilhas para o bem geral.
Cerca de um quarto dos atuais diretores deixarão, a muito breve trecho, a sua atividade, por limitação de mandatos, alavancando mudanças substanciais nas lideranças das suas escolas, podendo, se entenderem, candidatar-se à mesma função num outro estabelecimento de ensino.
Nos próximos meses, muitas escolas públicas portuguesas renovarão as suas equipas diretivas, que incutirão novas dinâmicas aos pequenos grandes mundos que representam.
Aproveitando o fluxo de mudança, é fundamental que se concretize (i) a existência de um apoio efetivo da tutela, dos seus serviços centrais e regionais, (ii) a redução da burocracia (transformada no preenchimento de plataformas, quantas vezes com sobreposição dos dados) perturbadora da vida das escolas, (iii) o aumento do número de horas de apoio às direções executivas, (iv) o suporte jurídico e legislativo, (v) a formação contínua no âmbito da gestão e administração escolar e outras temáticas de interesse para o exercício do cargo, de entre várias necessidades que proporcionem maior conforto a quem lidera uma instituição de ensino.
Pede-se à tutela maior reconhecimento destes profissionais dedicados e seus auxiliares, tendo em conta a responsabilidade que o seu desempenho acarreta, capacitando-os o melhor possível para o trabalho nobre que desenvolvem com enorme espírito de missão.