Este fim de semana, o presidente da República referiu numa visita ao Douro que os políticos e sindicalistas de Lisboa deveriam olhar para o exemplo dos autarcas e forças vivas do Douro para entender o que é a verdadeira concertação e o estabelecimento de pontes intermunicipais, que permitam acautelar o bem comum.
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Serve este mote para referir que concordando em absoluto com esta observação, cumpre-me alargar ao Minho este cumprimento e esta referência.
Assim, para além do Douro, onde, por força das enormes dificuldades e escassez de meios do dia a dia, os autarcas, e toda a sociedade civil, há muito aprenderam a não esperar por qualquer mão divina que os ajude, também no Minho há excelentes exemplos de colaboração intermunicipal.
Numa iniciativa dos 24 municípios do Minho e das três CIM da região - Alto Minho, Ave e Cávado - realizar-se-á entre esta semana e a próxima, um conjunto de eventos promocionais deste destino turístico único a todos os títulos, desde logo pela forma como envolve a totalidade de municípios da Região, pela inovação dos eventos que pretendem mostrar um Minho moderno, dinâmico, ciente das suas raízes históricas, paisagísticas, culturais e monumentais mas com um cunho de contemporaneidade e arrojo que a todos nos deverá fazer pensar. Trata-se da "Essência do Minho" que envolve uma prova de vinhos da Região (Minho Wine Tasting) entre Melgaço e Monção, que vai trazer a Portugal cerca de 10 provadores internacionais que aproveitarão para conhecer o potencial enoturístico da Região. No Mosteiro de Tibães, em Braga, entre sexta-feira e domingo, teremos a oportunidade de provar o melhor que a Região produz dos seus produtos endógenos, do seu turismo e dos seus restaurantes, no Minho Festival. No dia 13, no Paço dos Duques, em Guimarães, teremos o culminar deste programa, com a Minho Wine Party, que pretende, mais uma vez, mostrar uma Região moderna e cosmopolita mas orgulhosa das suas raízes e tradições.
São exemplos como estes que nos levam a pensar que a Região Norte e os seus protagonistas políticos há muito perceberam que devem dialogar, criar pontes para viabilizar iniciativas e estabelecer políticas, no fim quem ganha são as suas populações.
A constatação do presidente da República é verdadeira e muito justa mas peca por ser tardia e pouco precisa na medida em que não faltam, como se vê, excelentes exemplos de cooperação em que os autarcas, tantas vezes injustamente atacados, são o expoente máximo.