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Em dia de Natal como o de hoje, há quem tenha manhãs mais prolongadas e preguiçosas, ainda fruto dos excessos da noite. Não se pode dizer que o F. C. Porto passe o Natal sem olhar para cima, para as nuvens, para o lugar onde queria estar. Mas a diferença emocional face ao que se sentia antes do trambolhão sportinguista com a saída de Ruben Amorim pode mesmo indicar que o Natal este ano foi verde e branco para os adversários. Com um clássico em perspectiva em Alvalade e um “derby” portuense no horizonte, saber quem vai dobrar o ano em primeiro é uma incógnita que só demonstra como no futebol tudo muda num espaço de poucas semanas.
Frente ao Moreirense, capaz de impor negrume aos três denominados “grandes”, o F. C. Porto vence convincentemente, sólido e controlador de um jogo fundamental para o seu processo de crescimento e reaproximação ao título. Sem Varela mas com Eustaquio personalizado, com Galeno como lateral adaptado e com juros de um Mora, Rodrigo, que parecia reclamar entrar nas contas há mais tempo. Com um golo e uma assistência que fazem dele o mais jovem de sempre a conseguir tal feito, sabemos da sua importância mas reconhecemos o processo. Não deverá contar para todos os jogos. É, indiscutivelmente, o factor diferenciador numa equipa a precisar de abanar para se recriar e construir mais oportunidades de golo enquanto consolida o seu processo defensivo. Este é um momento em que tudo está em aberto, sem que nenhum dos “grandes” mostre apetência inequívoca para se destacar da concorrência. Pode ser quase fim do ano, mas é quase certo que o fim da época será mesmo em Maio.
*Adepto do F. C. Porto
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)