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Hoje, último dia da campanha eleitoral, celebremos as pessoas. As que, em todas as terras, em todas as aldeias, vilas, cidades pequenas e grandes, deram o seu melhor para ser escutadas. As que gastaram o seu tempo a fazer telefonemas, a arregimentar apoios, a colar cartazes, a fazer o que fosse preciso. Às pessoas que se candidataram a presidentes, vereadores, deputados municipais, presidentes da Junta. Não celebro todas as pessoas. Há canalhas, oportunistas, corruptos, antidemocratas, racistas, misóginos e até um candidato que espancou a mulher. Para esses, um desejo: que o vosso ressentimento, falta de honestidade, hipocrisia e ausência de vergonha possam ser decisivos. Mas a maioria dos que perderam noites e dias nos últimos meses a trabalhar nas listas é bem-intencionada e deseja o melhor para as suas terras, sei isso. Não há eleições como as locais. Não há democracia mais pura do que esta, a das pessoas concretas, de carne e osso, reais. A dos candidatos escolhidos mais em função do que representam do que do partido. Nunca houve tantos independentes a concorrer, tantas mulheres e tantos jovens. E nunca houve tanta imprevisibilidade. Difícil arriscar quem ganha e quem perde, ainda mais complexo apostar nas consequências políticas do que vier a acontecer. Faço duas apostas: se o PSD ganhar as autárquicas, Centeno será a médio prazo o homem que se segue no PS. Se o PS cantar vitória, com um grande resultado do Chega, Passos Coelho voltará a prazo a liderar o PSD. Encontramo-nos na segunda.