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Décadas de progresso e investigação científica permitiram-nos erradicar doenças ou reduzir substancialmente os seus efeitos. Num momento em que a continuidade desse progresso nos deveria fazer esperar ainda mais novidades com a chegada de novos medicamentos, sobretudo de ação preventiva, parecem crescer a cada vez maior ritmo os movimentos que consideram negativos estes desenvolvimentos.
É preocupante quando vemos que todos os avanços que conseguimos alcançar podem ser comprometidos pela intervenção de pessoas com responsabilidade. E o mais ridículo é que não se trata de ignorantes sem acesso a informação credível e validada.
Acompanhamos, assim, a introdução de inúmeras inovações na área da saúde, em que as vacinas representam uma das principais fatias, com uma imensa responsabilidade na redução ou até mesmo erradicação de doenças potencialmente mortais.
Assistir a discursos antivacinas que, por exemplo, citam substâncias comprovadamente seguras utilizadas como adjuvantes de causar doenças é assustador quando o resultado dessas dúvidas será inevitavelmente o regresso de enfermidades que considerávamos controladas.
E, mais uma vez, podemos atribuir parte das culpas às redes sociais, que disseminam ideias sem qualquer suporte científico. Uma delas, aparentemente razoável, diz que as crianças alimentadas com leite materno possuem defesas naturais suficientes, tornando desnecessárias as vacinas. O efeito final é reduzir a escombros um trabalho de anos que permitiu salvar milhões de recém-nascidos.
Agora, além do trabalho de investigação científica com que procuramos responder às doenças que ainda não são “vacináveis”, acresce a preocupação de encontrar formas de explicar aos cidadãos a importância destes medicamentos.