Não sou muito frequentador das redes sociais, contudo mostram-nos histórias de vida que devem fazer refletir.
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Dois casos: um senhor, velho mas de face curtida e resistente a festejar os seus 112 anos, como se estivesse na dobra dos 50; e uma miúda jovem de 18 anos, que “partiu precocemente”, abatida por um cancro que não a deixou despertar para a vida.
São situações extremas que fazem refletir sobre este percurso de todos, a travessia e resistência às vicissitudes do tempo, a coragem e pertinácia como alguns o enfrentam, o muito de conhecimento e sofrimento que a velhice acumula, tantas vezes ignorados.
No oposto, a “injustiça divina”, para os que têm fé, no corte cerce de um “tempo de vida roubado” e que tanto prometia.
Dir-me-ão que o importante do nosso quotidiano não passa por estes “apeadeiros”, as reflexões de quem “cria factos ou gera opinião” são mais ligeiras e o Futuro não se faz de passado, erro grave como sabem, mas de “expectativas”, mesmo que “ilusórias” no geral.
Com devido respeito pelas personagens “respigadas” para a crónica, refiro que a experiência de vida vivida ou sonho do tempo que vem são alicerces de Futuro, que o “mastigar do quotidiano vazio” enche jornais ou televisões mas não alimenta a Alma e o Pensamento, esses sim, pilares de Vida democrática e sociocultural.
Vivemos um pouco quotidianos ilusórios, promessas de dirigentes que não sabem o preço da vida e em quem pouco acreditamos, o valor do tempo e as exigências do compromisso, a reflexão que valoriza a experiência e a aproveita para desenhar o Futuro.
É disso que pretende tratar a crónica, não de “recados”, pouco eficazes, mas de reflexão, que todo o cidadão faz sobre a Vida e as mais das vezes não é ouvido.
* Arquiteto e professor