E agora, ó povo?! Depois da mais do que esperada queda do Governo PS, lá voltam os políticos a dizer que a palavra tem de ser de novo devolvida a nós, o povo. Temos de ir a eleições.
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Parece que lá para Junho vamos gastar mais uns milhões de euros para descobrir quem nos governará nos próximos... (não me atrevo a dizer "próximos anos"), se o PS, se o PSD. Com maioria absoluta, ou nem por isso. E é capaz de haver gente tão ingénua que pense que basta trocarmos o PS pelo PSD (ou vice-versa) para sairmos da crise. Se quando um partido não nos agradasse bastasse trocá-lo pelo outro, a vida seria bem melhor. Infelizmente, as coisas não são assim tão fáceis. Sem duvidar da boa vontade do dr. Passos Coelho, a ser ele a vencer as eleições, como muitos acreditam, pergunta-se que trunfos terá na manga para tirar o país do atoleiro. Pormenores à parte, que pode ele fazer mais do que o eng.º José Sócrates fez? Fiquemo-nos apenas por um aspecto da crise: o desemprego. Há 650 mil cidadãos nessa situação. Quantos poderá empregar uma mudança de política? Com o Estado a encolher as ofertas e a economia em crise profunda, muito poucos. E o que vamos fazer com os restantes?
Serei um pessimista nato, mas acho que estamos metidos numa alhada de que nem em décadas nos libertaremos. Com mudança de Governo, com FMI ou seja lá com que for, haverá alguém que acredite que voltaremos a um tempo em que as coisas poderiam não ser muito brilhantes, mas não eram dramaticamente negras?
E agora, ó povo, o que vamos fazer quando nos chamarem de novo às urnas? Votar decerto convencidos de que iremos para melhor - mas não tenhamos ilusões: não vejo quem nos tire do fundo onde batemos já há muito. Lastimo não ser mais encorajador...
