Os movimentos de libertação dos regimes ditatoriais ou próximos disso do Norte de África, iniciados na Tunísia e no Egito, vão provavelmente estender-se a toda a região e ao Médio Oriente. O que tem sido visto com simpatia pelo mundo ocidental, embora com algumas apreensões.
É simpática a imagem de busca de liberdade de expressão, de procura de um regime político que permita uma maior igualdade na distribuição da riqueza e o acesso a bens e hábitos que os novos meios informáticos e de comunicação mostram às populações outrora mantidas numa castrante ignorância. E não deixa de ser interessante que os movimentos de libertação tenham aparentemente origem na população informada mas não organizada. Resta saber como se vão reorganizar estes países. Quem vai tomar a liderança do processo, como o vai conduzir e quais as evoluções posteriores. Cada país à sua maneira ou seguindo um modelo que se vá impondo às circunstâncias.
Naturalmente que a diplomacia e os serviços secretos norte-americanos e provavelmente a diplomacia e outros serviços dos antigos colonizadores estão já a procurar criar condições à implantação de regimes que lhes sejam tão próximos quanto possível. Mas os movimentos islâmicos, nomeadamente os mais radicais, estão certamente também já no terreno a procurar aproveitar a oportunidade para se instalarem em força.
Nestes países há actualmente um razoável número de pessoas que fizeram formação universitária na Europa e nos EUA, os quais têm, por isso, uma perspectiva mais abrangente e uma capacidade acrescida para tomar o seu futuro nas próprias mãos. Fica então o desejo de que os povos do Norte de África e do Médio Oriente saibam encontrar o seu próprio caminho da liberdade; liberdade física e mental, política e religiosa.
