Os bispos portugueses, reunidos em Fátima, vão refletir a crise nacional e internacional provocada pelas guerras que alastram pelo Mundo, particularmente a da Ucrânia. São outros, porém, os assuntos que atraem a atenção dos média em relação à assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), nomeadamente as eleições para os seus diferentes órgãos e se D. José Ornelas continua, ou não, na presidência. Ou, também, como se desenvolverá o processo de proteção de menores e adultos vulneráveis no âmbito da criação de uma nova comissão.
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No discurso de abertura da assembleia, D. José Ornelas chamou à atenção para os efeitos da crise internacional que afeta também o nosso país e que "se reflete na dificuldade de acesso aos meios elementares de vida, como a alimentação, a habitação e a saúde, para além de aumentar a tensão social".
O presidente da CEP enalteceu "todos os esforços que vão ao encontro dos mais frágeis, tanto por parte do Governo, como de entidades públicas e privadas, entre os quais muitas paróquias e outras instituições da Igreja".
As instituições eclesiais estão habituadas a acorrer às necessidades emergentes e não deixarão de o fazer. D. José Ornelas considera que isso é "fundamental", mas não é suficiente: "É preciso ousadia, coragem e rasgo para equacionar soluções de médio e longo prazo, que mitiguem a vulnerabilidade e a exposição a fatores conjunturais que penalizam sempre os mais pobres".
A palavra é de prata, mas o exemplo é de ouro: para além de apontar os problemas sociais, como a habitação, a Igreja deve também propor as suas soluções. Disponibilizando, por exemplo, muitos dos seus edifícios subaproveitados ou devolutos para acolher casais jovens ou estudantes carenciados que precisem desse apoio.
O repto de D. José Ornelas tem de ter substância!
*Padre