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O Jornal de Notícias tem, a partir desta segunda-feira, uma nova Direção editorial. Não se anuncia uma alteração profunda, nem se pretende que haja uma rutura, ainda que, como em todos os momentos de mudança, esta seja também uma oportunidade de encontrar novas energias e projetos e realinhar objetivos. Mas esta é, na verdade, apenas mais uma etapa de uma longa história de mais de 137 anos, em que os compromissos essenciais foram e serão sempre os mesmos. Um compromisso com o jornalismo, com a liberdade de Imprensa e, dessa forma com a democracia deste país de que fazemos parte. Todo o país, porque é essa a matriz do JN. O único jornal de informação nacional feito a partir do Porto, um jornal com uma forte ligação ao território e às suas gentes, aos que nos ficam mais próximos e aos que, tantas vezes e a tantos, parecem demasiado distantes. Todo um país que todos os dias se conta e se pode reconhecer nas nossas edições online e impressa, como em nenhum outro jornal português.
Não ignoramos, no entanto, que vivemos tempos difíceis e de resistência. Em que o papel impresso perde relevância e em que, apesar da aposta na divulgação da informação através das plataformas digitais, o mercado é dominado (e às vezes manipulado) pelas grandes multinacionais tecnológicas e por novas formas de consumo de informação em que é cada vez mais difícil distinguir a verdade da mentira. Um tempo de resistência para o jornalismo e para os leitores, os que já nos acompanham e aqueles que vamos conquistar. Porque não há liberdade de imprensa, nem democracia, sem jornalismo livre, independente e escrutinado pelos seus leitores. Num mundo em que a desinformação grassa sem piedade, temos de nos saber mover sem distrações nem mentiras. O país e o mundo à nossa volta parecem girar a uma velocidade vertiginosa, impulsionados pela tecnologia e pela revolução da Inteligência Artificial, mas a missão fundamental de um jornal, não se alterou: relatar os factos, acrescentar contexto, dizer a verdade. Num jornal como o JN, em que a proximidade se confunde com mais de 137 anos de história, essa relação aprofunda-se também a partir de uma base sólida de confiança. Os leitores são e serão a nossa força motriz e a nossa meta. Foi assim com as Direções que nos precederam (e cabe aqui uma nota em particular de agradecimento ao Vítor Santos, que cessa funções para abraçar um novo desafio, numa porta ao lado, mas na nossa casa comum) e será assim com a que hoje inicia funções.