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Esta semana foi divulgado o relatório Balanço Anual da Educação 2025, que nos oferece, uma vez mais, uma evidência inegável: investir em educação superior continua a ser, em Portugal, uma das formas mais eficazes de romper ciclos de pobreza. Um trabalhador com mestrado aufere, em média, mais 80% do que alguém com apenas o Ensino Secundário. Já uma licenciatura garante um salário cerca de 45% superior. Contudo, este percurso só é possível se houver igualdade de oportunidades à partida, algo que, infelizmente, ainda está longe de ser garantido. Para muitos jovens, o acesso ao Ensino Superior continua condicionado por barreiras económicas e sociais. E mesmo para quem lá chega, o mérito nem sempre é recompensado de forma justa. As desigualdades salariais entre homens e mulheres são o exemplo mais gritante. Nas áreas CTEM, as mulheres ganham, em média, menos 16% do que os homens com igual formação e experiência. Ainda mais preocupante é o facto de esta desigualdade estar a agravar-se entre os mais qualificados. Portanto, a questão não é apenas garantir acesso ao Ensino Superior, mas também garantir condições mínimas, económicas, sociais aos jovens e que esse percurso seja recompensado de forma equitativa. O Ensino Superior tem provado ser um poderoso elevador social, mas o seu impacto só será pleno quando todas e todos forem tratados de igual forma. Cabe ao Estado que isso aconteça e investir de forma determinada numa educação verdadeiramente acessível, inclusiva e equitativa.