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O regresso às aulas é sempre um momento de alguma ansiedade para a comunidade educativa (alunos, pais, professores, diretores, autoridades púbicas). É o início de um novo ciclo e há condições a assegurar, rotinas a assimilar, problemas a resolver. Sendo o assunto a educação, e sabendo-se o histórico de Portugal nesta matéria, a situação é particularmente preocupante porque a não garantia de existência de circunstâncias iguais à partida para todos os alunos fere o direito à igualdade de oportunidades que é garantido pela Constituição da República Portuguesa.
Nos últimos anos, porém, esta angústia tem diminuído significativamente, pelo menos em Vila Nova de Famalicão e julgo que noutros municípios, por via da descentralização de competências para as autarquias locais. Desde que assumimos responsabilidades nesta matéria, a falta de auxiliares da ação educativa a cada arranque escolar deixou de ser notícia, assim como a falta de condições dos edifícios, sobretudo ao nível da manutenção dos espaços e equipamentos. A verdade é que a eficiência na resolução de problemas foi amplamente melhorada por via da proximidade e da partilha de responsabilidades entre as administrações locais das escolas e as administrações autárquicas.
Este foi um ganho considerável que atesta bem da mais-valia de uma gestão local de proximidade. A existência de angústias concentra-se agora sobretudo na classe docente e vai sendo tempo de se olhar a sério para o problema, tanto ao nível da disponibilidade de formação de professores de forma equilibrada nos vários pontos do território, como ao nível de um sistema de recrutamento mais eficaz.
Descansa-nos perceber que existe uma Administração Central preocupada com a valorização dos professores e determinada a enfrentar os problemas por resolver, que a este nível são muitos e que vão impedir que milhares de alunos, mais uma vez, iniciem o ano letivo sem professores.
“Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Acho que o primeiro-ministro foi particularmente feliz na escolha do professor Fernando Alexandre para ministro da Educação. Os primeiros meses da sua ação como ministro confirmaram as qualidades que lhe eram reconhecidas, sendo notória a sua capacidade de enfrentar os problemas com inteligência e determinação, mas também com capacidade de diálogo e de sentido de Estado.
O pouco tempo que teve para preparar o arranque do ano escolar já terá sido suficiente para minimizar os problemas existentes mas não todos, como é natural.
Pelo menos em Famalicão, tudo leva a crer que teremos um arranque de ano letivo absolutamente normal. É bom que assim seja! A educação é a chave mestra da cidadania individual e comunitária. Sem esta, o país e o Mundo perderiam o sentido do desenvolvimento social. Tal desiderato exige confiança nas instituições, complementaridade e abertura dos agentes que têm responsabilidade no setor.
É este o posicionamento de Famalicão e do novo Governo de Portugal.
Os resultados não hão de tardar.