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As eleições de domingo passado deram resultado que só surpreendeu quem “anda a dormir”. No PS muita gente adormeceu no vazio, a começar no líder e não viram que havia ao fundo da sala um “elefante” que ambicionava “sentar-se à mesa e discutir a ementa”, que não poderia ser determinada sempre pelos mesmos. Foi o que aconteceu e a falta de conhecimento da realidade social e económica por parte dos “jotas promovidos sem provas prestadas” conduziu ao que alguém alertou mas não foi ouvido. Tudo mudou e, louvável embora a convicção do líder derrotado PNS, o PS entrou num túnel de difícil saída e as causas são mais profundas do que alguns pensam.
Não é a juventude que está em causa, é o trabalho pedagógico e exigente de preparação que deve ser feito, trabalho cultural e social, com “gabinetes de estudos” e iniciativas que aproveitem o conhecimento e experiência de quem a tem para acompanhar e avaliar quem se quer comprometer e não fazer trepar gente que os recursos humanos de qualquer empresa recusaria à partida.
Que o “elefante está à mesa e incomoda” ninguém duvida e os que lhe prepararam a cadeira têm os mesmos direitos e ambições dos que lá sentavam os restantes, é bom não esquecer isso, daí que haja juízo nos caminhos a percorrer, o País e os nossos compromissos precisam que se pense em quem mais precisa e a juventude académica que temos bem formada está também atenta a quem os representa.
Como disse na última crónica, isso “sente-se no café, em amigos com quem nos cruzamos na rua, em conversas de televisão, há um sentimento de desilusão que não ajuda a Democracia” e precisa de ser civicamente afastado. Seremos capazes de o contrariar ou o “elefante dá cabo da mesa?” Responsabilidade de todos, mas ao PS em maior dimensão.
*Arquiteto e professor