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As eleições autárquicas de 2025 aí estão com toda a intensidade na vida dos portugueses, rumo ao dia 12 de outubro.
Todo o país está envolvido num processo eleitoral muito importante, procurando dar continuidade ao bom cuidar da gestão dos municípios e das freguesias portuguesas, unidades relevantes do Estado português e da sua democracia.
Num processo particularmente agitado por muitas transferências de equipa em muitos municípios, o PSD e a sua Aliança Democrática disputam a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias, ao PS, sendo definida a vitória pelo maior número de entidades ganha, respetivamente, municípios e freguesias.
O efeito do Chega nos resultados eleitorais das câmaras municipais é uma das grandes dúvidas. Conseguirá ganhar alguma câmara? Terá muito mais eleitos do que em 2021? É importante lembrar que nas eleições autárquicas de 2021, o Chega não era um partido relevante. Em eleições legislativas, tinha tido 1,29% dos votos em 2019 e 7,18% em 2022. Já nas legislativas de 18 de maio de 2025, a cinco meses das autárquicas, o Chega teve 22,76% dos votos, perspetivando-se que uma parte relevante dos seus votantes irá ter uma atitude de fidelidade partidária na votação para as próximas autárquicas, como aliás acontece com outros partidos.
A governabilidade das câmaras municipais é outras das questões que se colocam, perspetivando-se mais dificuldades e um maior número de presidentes de câmara sem maioria no seu executivo municipal.
O futuro próximo do poder local é muito desafiante.
Exige-se uma nova lei das finanças locais e o aprofundamento da descentralização, perspetivam-se alterações relevantes nos montantes, nas tipologias de projetos a financiar e no funcionamento dos fundos comunitários, espera-se uma reforma do Estado que cuide do melhor funcionamento do poder local, nomeadamente na sua relação com a administração central.
Agora, é o tempo da reta final, com debates e campanha sempre mais intensa e nem sempre mais esclarecedora. Que na transição para o ano de 2026, em que se comemoram os 50 anos da primeira eleição autárquica em Portugal, o mandato 2025/2029 seja realizador e contributivo para o prestígio do poder local junto dos portugueses e conquistador de melhores decisões dos legisladores e dos governantes, no sentido de aumentar o seu papel subsidiário na gestão do Estado e da qualidade de vida dos portugueses.