A disputa eleitoral mudou o quadro político em Portugal. Talvez tenha sido apenas o quadro, pois não acredito que se altere grande coisa em relação às carências em setores vitais como a saúde ou o ensino.
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Quando chegarmos ao fim da legislatura, faremos as contas, sendo certo que também não me parece que, nos próximos quatro anos, por intervenção do Governo, a Caixa Geral de Depósitos reveja em baixa as comissões das contas menos afortunadas e em alta as de quem lá guarda fortunas. Há, no entanto, realidades paralelas que as legislativas ajudaram a transformar.
Por exemplo, ao longo da semana que agora termina não vimos no Facebook as habituais lamúrias de gente a queixar-se que está um calor danado em pleno outono. Aconteceu também uma pausa na publicação de fotos com pratos de comida que parecem máscaras de Carnaval e, confirmando a estatística de metade dos portugueses não fazerem exercício físico, foram residuais aquelas comunicações que não interessam a ninguém do tipo "Fulano correu 3 km entre a Ponte Móvel e o Farol de Leça". Nas urnas foi o que se viu, metade ficou em casa, mas nas redes sociais a política está ao rubro.
*Jornalista