Corpo do artigo
A época já vai longa para quem se viu obrigado a disputar seis jogos antes de entrar na Liga Europa. A última eliminatória, diante do Lincoln Red, de Gibraltar, foi ultrapassada com o expressivo agregado de 9-1. Um resultado que representa, simultaneamente, a vantagem mais dilatada do clube bracarense e a derrota mais expressiva dos gibraltinos nas competições europeias.
No jogo da segunda mão, disputado em Braga, a eliminatória já estava decidida e o verão fez uma pausa, mas os bracarenses não deixaram de comparecer em grande número. Insolitamente, a bancada reservada aos visitantes não tinha um único adepto. Há 25 anos que assisto aos jogos do Braga no estádio e não tenho memória de uma situação idêntica, o que atesta bem as diferenças em termos de tradição, de estrutura e de apoios das duas equipas em confronto.
No campo, o Braga dominou com naturalidade e o adversário bateu-se com um desportivismo que tantas vezes falta às equipas nacionais. Sem abusar do antijogo, os gibraltinos resistiram como puderam e ainda causaram algumas dificuldades à defensiva minhota. O seu esforço foi recompensado com um golo de honra a que os adeptos bracarenses responderam com um aplauso generalizado. Esta reação, tão rara quanto bonita, provocou surpresa nos adversários que se dirigiram às bancadas para agradecer o desportivismo minhoto.
Os jogos europeus têm estas coisas. São um bálsamo para quem está cansado da falta de qualidade e do antijogo que se pratica em Portugal: os sete minutos de compensação em Vila do Conde foram uma desonestidade tremenda e uma afronta a quem joga para ganhar.