O idadismo é desconhecido e incontestado. Num estudo recente da Católica Porto Business School, quase metade dos inquiridos não sabe que há ideias feitas que rotulam as (in)capacidades da pessoa em função da idade cronológica.
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A falta de conhecimento dificulta a sinalização. Na Europa, 1 em cada 3 pessoas relata ter sido vítima de idadismo.
Os jovens sentem que, devido à idade, têm de trabalhar com mais empenho para mostrar o seu valor, e que precisam de provar que o seu desempenho profissional não corresponde às imagens negativas associadas a esta faixa etária. O idadismo no mercado de trabalho limita as aspirações pessoais.
Afinal, a taxa de desemprego jovem é mais de 3 vezes superior à geral. O emprego dos jovens, quando existe, continua a ser marcado pela baixa qualidade, com contratos temporários involuntários, baixos salários e sem progressão. Também há outras barreiras: “Se te ensinar, ficas a saber tanto quanto eu”.
A economia portuguesa, para ser competitiva e mais produtiva, precisa de uma força de trabalho multigeracional. As organizações diversas e que contrariam o isolacionismo geracional beneficiam de inovação, talento e energia, e de know-how e memória institucional.
Neste apelo à solidariedade e justo equilíbrio entre gerações, devemos reconhecer que a solidariedade no sentido jovem-pessoa idosa parece ser moralmente mais exigente. Devemos refletir sobre isto.
As pessoas não podem ser arrumadas em caixinhas em razão da idade. Urge a criação de mais e melhores empregos para os jovens e o reforço do diálogo social, com reconhecimento das novas formas de trabalho e da realidade juvenil, procurando romper um debate refém de organizações “dentro do sistema”.