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Não há segunda oportunidade para uma boa primeira impressão. E isso, depois da pobre e triste exibição vitoriana, já não vai mudar. Vai ficar.
Ninguém terá, se for sério e minimamente atento, dúvidas sobre a distância colossal que separa financeiramente o F. C. Porto do Vitória. Alguns, não catequizados pelo sistema dos três clubes, saberão que chamar campeonato a esta coisa a que se chama campeonato é um dos mais despudorados eufemismos nacionais. Mas, caramba, ter tido mais um bocadinho de inteligência, critério, rigor e empenhamento no jogo, era aquilo que qualquer vitoriano exigiria da sua equipa.
O Vitória joga sempre na possibilidade. Sempre jogou. Quando todas as chances e previsões nos arrumam a gente consegue, frequentemente, superar-se e produzir mais do que as nossas possibilidades ditam. No jogo que fizemos nada pareceu funcionar, independentemente do valor, garra e determinação do adversário. Desde uma defesa completamente perdida - chegou a dar dó observar aquilo a que taticamente se deve chamar uma coisa qualquer -, um meio campo sem ideias que perdeu todas as batalhas, até aos avançados que, impotentes, fizeram figura de corpo presente. O jogo foi, para mim, um pouco deprimente. Uma coisa é não conseguir. Outra é não ir a jogo, como não fomos.
Podemos causar, como causamos, uma péssima primeira impressão. Já nada há a fazer. O importante é fazer algo que alivie este embaraço. A nossa história é de resistência e de fé. Vamos então acreditar que muito, mesmo muito, vai mudar (para melhor) no futebol e na atitude da equipa. E além de fé, pela amostra, é necessária muita imaginação.
*Adepto do Vitória