Somos ou não somos um país em grande? Não falo dos senhores que enfrentaram ventos e marés, tormentas inestimáveis para subir ao olimpo dos Descobrimentos. Falo deste século XXI de pompa e circunstância. Que o diga o Euro 2004, estádios pagos pelas autarquias - todos nós - anos a fio e às moscas, veja-se Aveiro, Leiria e Faro. Olhe-se agora para um evento que mais uma vez se foca em Lisboa centro do mundo que pode custar os olhos da cara e todos sabiam e ninguém sabia. A Igreja sempre foi pomposa, mas o magro Estado não pode compactuar com talha dourada. Não há deuses que nos valham para acudir a semelhante ultraje. Haja resiliência para ouvir palavras que pouco explicam. Um altar ultramilionário não deixa um crente mais perto de Deus, deixa o erário público mais longe de amar e servir a todos por igual.
*Jornalista

