A Estrada Nacional 125 é a estrada que percorre o Algarve de lés a lés. É uma espécie de artéria aorta que se ramifica pelo coração do Algarve.
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Mas as suas vias estão doentes há demasiado tempo e já não aguentam a ausência de um sólido plano de requalificação. Desde que foi inaugurada a autoestrada A22 (a Via do Infante) que a EN125 foi relegada para segundo plano.
A verdade é que, em 2012, foi estabelecido um prazo para a conclusão do primeiro projeto de requalificação da EN125. Só que tal não aconteceu.
A obra esteve parada durante cinco anos e foi anunciado um "acordo histórico" que cedeu a concessão da obra a privados, o que, supostamente, iria ajudar a poupar dinheiro ao Estado. Em 2017, a concessionária Rotas do Algarve Litoral (RAL) anunciou que a requalificação da EN125, entre Olhão e Vila do Bispo, estava "praticamente" terminada. Será que o Algarve termina em Olhão?!
A EN125 é a única via gratuita em alternativa à A22, que passou a ser paga em 2011. A introdução de portagens pesou, e pesa, nos bolsos dos portugueses e de muitos turistas, principalmente espanhóis, que começaram a visitar o Algarve com menos frequência.
A história não é nova para os algarvios. A mítica EN125 tem sofrido abandonos sucessivos. Existe agora um projeto global de requalificação da estrada e é imperioso que se cumpra.
Note-se a polémica das últimas semanas num cruzamento perigoso na aldeia de Santa Rita, freguesia de V. N. Cacela, em Vila Real de Santo António. A população cansou-se de esperar por uma solução para um problema que subsiste e que provocou graves acidentes, com custos humanos.
Exige-se a construção de uma rotunda nesse cruzamento. É a solução definitiva para prevenir acidentes e garantir a segurança rodoviária de todos os que por ali passam.
A solução de pinos e blocos de cimento foi um "remendo mal-amanhado", introduzido pela concessionária RAL. Trata-se de zelar pela segurança das pessoas e pela dignidade do Algarve.
Como este exemplo da degradação da EN125 e da sua perigosidade existem outros. Muitos outros.
Os algarvios não podem esperar mais pela requalificação da EN125. Está em causa o prejuízo de todos os que lá vivem e dos muitos que por lá passam e veraneiam com as suas famílias. É caso para dizer: valha-nos Santa Rita!
*Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e vice-presidente da Associação Nacional de Municípios