As eleições, como previsível, conduziram a mudança, com vitória escassa e derrota à tangente e extrema-direita de protesto a surpreender os distraídos. Na realidade, Europa e o Mundo já tinham avisado, os sinais de fora indicavam um potencial de protesto que o aparelho do PS ignorou mas era evidente.
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Principal responsável, PS e Costa que conduziram a máquina ao impasse, sabendo que o protesto silencioso se “serve frio” e a classe média urbana criada depois de Abril essencialmente por este partido e sua grande base de apoio foi sendo ignorada e hoje não existe como “suporte da Democracia”.
Que fazer agora? Primeiro, respeitar o protesto e analisar friamente as razões, corrigindo erros e trabalhando alternativas adequadas à nova realidade social, tarefa que cabe a quem vai governar e, também, a quem lidera a Oposição. O futuro político exige que se compreenda a nova realidade político-social e lhe forneça capacidade de diálogo na avaliação dos problemas, novos e diferentes da “acomodação ou ambição de alcançar poder”. Para dizer que o Poder é resultado de um jogo mas o suporte cívico e democrático é um campeonato e quem tem experiência de preparar equipas para ganhar sabe que precisa de preparação no balneário, muito trabalho e sacrifício na formação, empenho e convicção na disputa final, bem diferente de oferecer empregos a quem a eles ascende sem preparação como aconteceu nos últimos tempos.
Isto aplica-se a toda a “classe política” mas em especial ao PS, agora líder da Oposição, mas centro da vida democrática, em meio século de Abril, que não chega lembrar, convém saber honrar!
* Arquiteto e professor