1) A SIC transmitiu, há algumas semanas, uma interessantíssima reportagem, como só os americanos sabem fazer, sobre um dia na Casa Branca. Chegado ao fim do dia de trabalho, o presidente Obama despediu-se da equipa da NBC. Era o momento de estar com a família na privacidade. Descrito por Barack Obama como a tentativa de preservar o ambiente familiar. Após as filhas se deitarem, a rotina diária passa por ele ir passear o cão e "apanhar o cocó que faz". Com esta simplicidade retratava o presidente da nação mais poderosa da terra a forma como ocupava algum do seu tempo livre.
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"Idiota! Não deve ter mais nada que fazer", devem ter pensado muitos portugueses que também levam (ou são levados) os seus cães para uma saída higiénica. A exclamação deve-se não ao passeio em si, mas por se dar ao trabalho de apanhar os dejectos do cão. Ainda por cima, logo ele que podia mandar que um dos seus guarda-costas o fizesse.
Não sei se viu o documentário, ou não, mas é isso que certamente pensaria a senhora toda bem posta que olha, com enlevo, para o seu cão, a fazer as suas necessidades, no jardim público. "Também, para que serve a relva que não seja para os cães fazerem cocó? Para as crianças brincarem? Não têm os parques infantis para isso? Que brinquem em casa!"
"Sujam-se? Podem contrair doenças? É desta modernice dos pais que não ligam nenhuma aos filhos. Deixam-nos fazer o que querem. Por isso é que eu tenho um cão!"
2) Preparo-me para partir de férias. Na saída, paro perto de um contentor do lixo para lá deixar um saco com os restos do almoço. À volta do contentor acumulam-se sacos de lixo. "Deve estar cheio!", admito. "Fim-de-semana. Verão. Deve haver mais gente como nós, que vão sair", penso. Por descargo de consciência, abro a tampa do contentor, suspendo a respiração, na expectativa de um recipiente cheio e nauseabundo. Surpresa! Está menos de meio. Pensando melhor, de facto dá um trabalhão abrir a tampa e lançar o saco lá para dentro. É muito mais cómodo, depositá-lo no chão. Além disso, para que há lixeiros? "É para fazerem alguma coisa!" Nunca tinha pensado nisso! Ser porco dá que fazer a milhares de portugueses.
3) Antes da viagem de automóvel (como muitos outros, este ano fui para fora cá dentro, como costumava dizer o ICEP) passo numa loja para comprar água para o percurso. Quando saio, vejo um senhor sair, de um café em frente, com um grande saco. Dirige-se ao depósito do lixo, lança o saco lá para dentro e ouve-se o barulho característico de garrafas a partir. A menos de 50 metros está um conjunto de recipientes para acolher o lixo separado. "Cinquenta metros? Já viu a distância? Ainda por cima a subir!". Na verdade, se toda a gente separasse o lixo, o que faziam os tipos nas estações de recolha e tratamento? Limitavam-se a olhar para o lixo? Se lhe pagamos, é para trabalhar!
4) Conclusão: a culpa é dos políticos. Não prestam. São uns vigaristas e corruptos! É por isso que o país está como está!
P.S.(D) - 1) As listas do PSD, são a prova que Manuela Ferreira Leite acredita na ressurreição dos mortos? 2) Os deputados são da Nação mas... Miguel Frasquilho candidato pelo Porto? Como dizia o outro, não havia necessidade! Ou muito me engano ou Teixeira dos Santos vai-lhe chamar um figo!