Um inglês, um irlandês e um português foram ver um jogo de futebol.
Assim podia começar uma anedota. Podia, mas não pode. E não pode porque, afinal, a esse jogo só podem aceder adeptos ingleses e, de preferência, alcoolizados. Portanto esta parte da história conta-se só com o inglês.
Assistimos há dias a um dos episódios mais lamentáveis e idiotas de que me lembro. Adeptos de dois clubes ingleses virem a Portugal, usufruir de liberdades que são negadas a cidadãos nacionais, assistindo a um evento desportivo num estádio, consumir álcool em cafés e bares, entrando em conflitos na via pública. O que diria se pudesse ir a Inglaterra ver um jogo de futebol entre duas equipas portuguesas e isso mesmo fosse proibido a cidadãos ingleses? O que justifica que o Governo trate melhor cidadãos ingleses do que trata os portugueses? O Governo português e em particular os responsáveis pelo desporto prestaram-se a um papel deprimente e de subserviência lastimável que só nos pode envergonhar. O desporto português está a ser ridicularizado pelo pior ministro da Educação da democracia. A confirmar-se a exclusão de Portugal do corredor aéreo e do turismo de Inglaterra, só agrava o problema, tornando o episódio ainda mais caricato e imbecil.
O irlandês e o português contam a segunda história triste da semana e a forma mal-educada, arruaceira e desprezível como o ministro socialista Pedro Nuno Santos se referiu a uma empresa privada, a Ryanair. A Ryanair tem mais voos a partir do Porto do que a TAP. A Ryanair investiu no Porto quando a TAP daí retirou os seus voos. A Ryanair, legitimamente recorreu ao Tribunal de Justiça Europeu para manifestar a sua discordância do apoio público à TAP, tendo-lhe sido dada razão numa primeira análise. Adicionalmente, defendeu que o Governo português, em vez de torrar 4 mil milhões de euros na TAP, investisse na educação e na saúde dos portugueses. Perante isto, o ministro Pedro Nuno Santos (o tal que dizia não pagar o empréstimo da troika) demonstrou não ter perfil para as funções que ocupa emitindo um comunicado em que demonstra desprezar a iniciativa privada e o investimento estrangeiro em Portugal. Pedro Nuno Santos fez, não há outra forma de o dizer, má figura comportando-se como um miúdo mimado e arruaceiro a quem não foi dada razão.
Ao contrário das tradicionais anedotas entre diferentes nacionalidades, em que o português mostra ser mais inteligente que os outros, Pedro Nuno Santos fez só uma figura triste.
Eurodeputada do PSD
