Escola para a cidadania
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A recente polémica em torno da educação sexual trouxe de novo ao debate público a disciplina de Cidadania. No meio deste ruído, de que forma está esta disciplina a contribuir para a formação dos jovens?
A educação sexual é crucial. Retirar estas temáticas do espaço escolar, ou reduzi-las a menções genéricas escondidas em domínios vagos, é condenar os alunos à ignorância.
A escola não pode ceder aos fanatismos ideológicos, mas também não pode permitir abusos. Mas se é verdade que os conteúdos continuam, ainda que mais genericamente, a sua presença no papel não garante a sua transmissão na prática. A disciplina de Cidadania é hoje, muitas vezes, um espaço vazio, que serve para resolver justificações de faltas, problemas de comportamento ou até mesmo para estudar para o teste da aula seguinte. Os professores responsáveis são quase sempre os diretores de turma, muitas vezes sem formação específica e sobrecarregados.
Como esperar que um professor de História ensine literacia financeira? Ou que um de Matemática aborde com confiança questões da sexualidade? Esta desarticulação compromete a disciplina e fragiliza-a face a qualquer ataque político ou ideológico.
A solução não é extinguir a cidadania. Pelo contrário. A educação para a cidadania deve ser tratada como uma estratégia pedagógica e abordada por quem tem formação. Só assim deixará de ser uma folha solta e passará a ser uma ferramenta de emancipação.