Escola pública: uma força de combate!
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Nas últimas semanas, os incêndios devastaram cruelmente as florestas portuguesas, castigando sobremaneira os concelhos do interior do país, numa altura em que as escolas estão desertas de alunos, mas cheias da habitual azáfama que o imenso trabalho burocrático mobiliza e que decorre da realização de tarefas preparatórias necessárias inerentes ao próximo ano letivo.
Importa, contudo, salientar o facto de algumas escolas terem sido essenciais no apoio logístico prestado aos bravos bombeiros e à Proteção Civil, havendo uma resposta pronta ao nível de três pilares fulcrais: (i) a escola ao serviço da comunidade; (ii) a articulação entre as entidades envolvidas e (iii) a disponibilidade dos recursos humanos afetos às escolas.
Foram disponibilizados diversos espaços dos estabelecimentos de ensino (pavilhão gimnodesportivo, balneários, cantina, etc.) onde os operacionais puderam descansar, realizar a higiene pessoal e as refeições, retemperando as energias precisas para prosseguirem no combate aos fogos impiedosos; os bombeiros, os autarcas e as direções executivas das escolas envolvidas articularam da melhor forma a ajuda imprescindível para enfrentar "o inferno", com o amparo de populares voluntariosos que tudo deram durante muitos dias de aflição; as comunidades uniram-se e, mesmo em férias, os funcionários afetos às escolas disponibilizaram-se para colaborar na estratégia de auxílio a quem estava no terreno.
Atitudes e gestos que nos enchem de orgulho, demonstrativos da dignidade e mérito da escola pública, muito para além das "aprendizagens essenciais", pontuando nos ensinamentos de e para a vida, no fortalecimento da união entre todos, elevando o papel das instituições educativas no comprometimento com a sociedade.
O próximo ano letivo está a bater à porta e antecipam-se cinco desafios na Educação: descentralização (urgem os ajustes no processo), escassez de professores (valorizar e dignificar a carreira docente), proibição de telemóveis (sensibilizar para o cumprimento da legislação), Educação Especial (o parente pobre da Educação deve ser dotado de mais recursos humanos) e acolhimento de alunos estrangeiros (a qualidade das respostas aos filhos de imigrantes é essencial para uma melhor inclusão, também na sociedade).
Que 2025/2026 seja portador de esperança renovada, consolidando as excelentes qualidades das escolas públicas e de quem as serve, com a empatia, sentido de missão e o profissionalismo reconhecidos.