Escola sem bullying - compromisso coletivo!
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Todos os anos letivos, as notícias sobre violência nas escolas surgem nos média a reboque de agressões gravadas e publicadas nas redes sociais, expondo imagens chocantes e de repúdio generalizado. Atribuir estes casos às consequências da covid-19 é demasiado redutor, embora não desdenhe das sequelas sociais daí decorrentes, não servindo para nelas nos escudarmos “ad eternum”.
As escolas são, grosso modo, lugares seguros, onde os pais entregam diariamente o seu bem mais precioso - os filhos - e que lhes inspiram confiança, sabendo que aí se desenvolvem de forma plena.
Contudo, devemos todos fazer mais para dilatar a qualidade da segurança e da sã coexistência, tornando o espaço escolar propício à aprendizagem de valores e interações corretas.
Apresento oito pontos capazes de mitigar atos assaz reprováveis: (i) o envolvimento sério das famílias na vida escolar dos seus educados revela-se essencial, motivando os alunos para as aprendizagens e para comportamentos responsáveis; (ii) a promoção, nas escolas de mais eventos que convoquem a inclusão e o bom relacionamento entre os diversos elementos das comunidades educativas; (iii) o impulsionamento do Programa Escola Segura, através de um número crescente de ações de sensibilização subordinadas a temáticas sobre violência e adição: (cyber)bullying, álcool, drogas, etc.; (iv) a atualização da portaria do rácio que regulamenta os critérios de afetação de pessoal não docente - a última foi há mais de três anos (!), atribuindo maior ponderação aos alunos com necessidades específicas e imigrantes, potencializando uma mais eficaz acomodação de todos; (v) a revisão do diploma legal “Estatuto do aluno e ética escolar”, cujos mais de 12 anos de vida indiciam total desadequação à realidade atual em que é aplicado; (vi) a publicitação das medidas educativas disciplinares aplicadas pelas escolas e, nos casos mais graves, pela tutela; (vii) a atribuição de mais instrumentos e meios às comissões de proteção de crianças e jovens, reforçando a articulação com as escolas; (viii) o aumento, quando justificado, do número de técnicos especializados (psicólogos, educadores e assistentes sociais, mediadores de conflitos, etc.) existentes nos serviços de psicologia e orientação vocacional.
Se for firmado um compromisso coletivo entre as diversas entidades para atuar intensivamente no capítulo da violência, olharemos o futuro de modo mais risonho, contribuindo para o crescimento harmonioso dos discentes, futuros cidadãos de plenos direitos (e obrigações).