Se dúvidas houvesse do conforto com que António Costa olha hoje para o país, o modelo escolhido pelo primeiro-ministro para fazer o balanço público de três anos de atividade do Governo serve como prova. Sem uma oposição que lhe morda verdadeiramente os calcanhares, sujeitou-se a uma bateria de perguntas dos jornalistas.
Corpo do artigo
Parecendo um sinal de cosmética pública, é revelador de duas coisas essenciais: em primeiro lugar, que apenas um político praticamente à prova de bala (não tanto na dimensão da sua competência, mas na capacidade argumentativa para fazer a defesa do seu trabalho) dá o peito de forma tão aberta; em segundo lugar, que António Costa tem, hoje, um valioso ascendente sobre a gestão do espaço mediático, respaldada na sua esfera de influência política. Se isto chega para a maioria absoluta em 2019? Não sei. Mesmo sendo ele um exímio equilibrista, aplauda-se, para já, a coragem de se submeter ao escrutínio como ele deve ser feito. Para o bem e para o mal, Costa mostrou a sua natureza. Fraquezas e forças.
*JORNALISTA