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Isto que lhe vou dizer a seguir fica mesmo só entre nós. Fica em circuito fechado, não é uma coisa de que me orgulhe pensar ou sentir, mas a verdade é que o penso e o sinto. Estou a torcer para que os "piratas" do Louvre não sejam apanhados. Pronto, já o confessei. Envergonhadamente, mas com convicção. Todos os dias glorificamos a arte de fazer bem, o profissionalismo e a importância do detalhe e, quando acontece uma ação tão perfeita, desejamos que falhe? Não, desejo o contrário. Que seja uma obra de arte completa, um assalto para a história, uma nova "Casa de papel" com outros protagonistas. Ou será que são os mesmos? O professor estará envolvido? Ou a Tóquio? Talvez não estejam. O professor não teria levado apenas as oito joias da coleção napoleónica, as tiaras, os colares e brincos que, todos juntos, valem 88 milhões de euros que daria para a cova de um dente de Cristiano Ronaldo. A Tóquio nunca deixaria para trás a coroa de Eugénia, a última imperatriz de França casada com Napoleão III, espanhola e quase tão popular no seu tempo como Lady Di no nosso. Desculpem, mas não ficarei satisfeito se forem apanhados. É abominável quando a excelência não é premiada e reconhecida. O que é bom é para aplaudir e aquele quarteto de mascarados, mais todos os outros que participaram na preparação e na logística, merecem ser recompensados e ficar para a história do empreendedorismo. A França está em choque, mas eu não. Fiquei até esperançado no futuro. Afinal, o ser humano continua a surpreender e a arriscar os impossíveis. E isso é bonito e oferece-nos esperança.

