Nasce hoje um novo projeto noticioso: o jornal digital "7 Margens". Como noticiava o "Jornal de Notícias" no sábado, "pretende dedicar-se à plenitude da religião". Ou seja, explicou António Marujo, um dos rostos do projeto, quer colocar o espiritual "no centro das notícias".
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O diário que a partir de hoje está on-line "procura dar conta das diferentes formas de busca espiritual que marcam o nosso tempo, desvendando as questões, interrogações e percursos que alimentam essa indagação. Tem consciência de que a informação sobre o fenómeno religioso assim entendido constitui um importante instrumento a favor da paz, do conhecimento mútuo, da tolerância e da cooperação entre os mais diversos atores das nossas sociedades", pode-se ler no texto de apresentação deste projeto. Não por acaso, um dos temas de abertura é uma entrevista com Pedro Abrunhosa.
No estatuto editorial do "7 Margens", para além do respeito pelas normas éticas e deontológicas do jornalismo e da independência de qualquer poder, "incluindo o religioso", este jornal propõe-se dedicar "um especial cuidado à contextualização dos acontecimentos, factos e processos" que relata. É este um objetivo de louvar, sobretudo por se tratar da cobertura de questões religiosas. Habitualmente, os órgãos de comunicação social não têm pessoas nem espaço para dar o devido contexto à atualidade religiosa, fornecendo aos leitores/espetadores as chaves interpretativas deste fenómeno. Pelo que, por vezes, mesmo sem o pretenderem, transmitem informações erróneas, facciosas e parciais. Aqui o tenho tentado, por vezes, demonstrar.
Os trinta anos de António Marujo no jornalismo, em grande parte dedicados a dar cobertura a diferentes vivências espirituais e religiosas, prepararam-no para que possa fazer bem as contextualizações necessárias. Acresce o seu trabalho desenvolvido e reconhecido no blogue "Religionline", criado em 2002 por Manuel Pinto - outro destacado colaborador do projeto.
O "7 Margens" apresenta-se como um espaço aberto "à livre expressão do pensamento e à polémica", que valoriza o debate, sem temas-tabu "sobre o sentido do religioso e a dimensão espiritual na sociedade democrática, incluindo o ponto de vista ateu e agnóstico".
A subsistência deste projeto vai depender do contributo dos seus leitores, noticiou o "Jornal de Notícias". Dada a ambição do projeto, seria bom que ele conseguisse manter-se e ter as pessoas suficientes para garantir uma divulgação séria, rigorosa e aprofundada das inquietações espirituais.
*Padre