(Devido a forte desgosto para com o "futebol portoguês", pedi à minha mulher que tratasse da crónica de hoje).
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Deste canto da sala consigo ouvir passarinhos, um bebé a brincar entretido e um marido explosivo noutra divisão da casa. Desiludido, cansado e quase sem voz, este ser que aqui mora é relembrado que tem um filho de um ano à espreita. Uma esponja que absorve todo e qualquer comportamento e que está pronto a gritar uma asneira, caso o seu progenitor não tenha algum pudor. Lamenta. No entanto, já não é a primeira vez. Tal como os felinos predadores das florestas asiáticas, também Luís Filipe Borges cede ao seu instinto de atacar - no caso os ecrãs, grandes e pequenos. De seguida, sai da sua toca para um snack de intervalo e para me contar uma história qualquer sobre um jogador de que nunca ouvi falar. Aceno, aceno mais um pouco. "Deve estar a terminar", penso para os meus botões. Afinal ainda dura e há tempo de percorrer em silêncio a lista do trabalho que tenho pela frente. Terminou comovido. Tenho agora a missão perigosa de decidir como reagir a este testemunho, acabando apenas por dizer: "Fogo".
Parece ter sido suficiente. A verdade é que perdi qualquer interesse por ver futebol e gostaria que esta modalidade tivesse uma certa inovação, talvez inspirada pelos Hunger ou Squid Games. Não sou esquisita. A meio dos 90 minutos, os 22 atletas teriam agora de - sei lá - correr pelas suas vidas, enquanto uma boneca ameaçadora vestida de árbitro lhes fazia mira com olhos de G3. Esses sim eram jogos para serem vistos em casal! E aí ele até já poderia gritar à vontade. Enfim. Ponham os olhos nestas ideias, mas é.
Positivo: O penteado de Ruben Amorim - mais carismático do que alguns jogadores, por exemplo, do Benfica.
Negativo: A arbitragem do Moreirense-F. C. Porto teve um sadismo digno de "Squid Game" mas nenhuma vítima fatal. É evoluir.
*Adepto do Benfica