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Nasceu o bebé mais velho do Mundo. O embrião estava congelado há mais de trinta anos, desde maio de 1994. Nesse tempo longínquo, Mandela foi nomeado presidente da África do Sul, o Mundo chorou a morte trágica de Ayrton Senna, Rabin e Arafat assinaram um acordo de paz e na América dos sonhos, um jovem casal infértil congelou três embriões. Tinham tido uma filha fertilizada in vitro, só que Lydia desejava ardentemente não ficar por aí, a vida só faria pleno sentido se a família fosse alargada e o marido, ao fim de pouco tempo, não aguentou a pressão e fugiu como se estivesse em Alcatraz. Para uns, um cobarde. Para outros, não.
Passaram trinta anos e ela não voltou a casar. No entanto, a história não acaba aqui. Lydia continuou a pagar à empresa pelos embriões congelados mil dólares por ano para que não morressem os que não tinham nascido. Sabia que não seriam para si, mas nunca teve a coragem de os condenar sem que tivessem uma chance de viver. E não é que surgiu um casal interessado e que cumpriu os requisitos? Um desses germes cresceu mesmo no corpo de uma mulher e na cabeça do seu marido. Pagaram couro e cabelo e aceitaram uma condição fundamental: que a dadora pudesse conhecer o bebé assim que nascesse. Thadeus viu a luz a 26 de julho. Estava congelado há trinta anos e deu, logo no seu primeiro dia, pelo cheirinho da velhota que se portou como se fosse sua mãe. Sinceramente, e só entre nós, ainda não tenho a certeza se esta história é bonita ou assustadora.