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As mães andam a amamentar os filhos até eles entrarem na pré-reforma só para terem umas horas de sorna. No rendimento mínimo (inserção social é complicado de dizer) há fraudes atrás de fraudes, com muita gente a receber milhares de euros para gastar no café e em raspadinhas. Os trabalhadores que metem baixa querem é gozar mais uns dias de férias e nem se consegue despedir quem é preguiçoso. Todos os imigrantes são criminosos em potência, salvo os santos forasteiros que chegam cá com vistos gold ou para jogar futebol (desde que seja na nossa equipa). Vivemos tempos estranhos. Somos todos culpados até prova em contrário. Mesmo que não haja números ou factos que comprovem a desonestidade geral, mesmo que haja, inclusive, números e factos que desmintam esta tese de desonestidade geral, há sempre quem prefira comer comida já mastigada em vez de ir à cozinha ver os ingredientes. Num país com gastronomia tão rica, é quase um paradoxo. Ou não. Porque também somos o país das bolas de Berlim sem creme ou dos pastéis de nata com chocolate do Dubai. Há coisas que angustiam o estômago.