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O Tribunal Constitucional confirmou as suspeitas do presidente da República: a lei de estrangeiros aprovada pelo Governo da AD com ajuda do Chega está ferida de inconstitucionalidade em vários pontos. Atentemos especificamente num: o reagrupamento familiar. Os autores do texto entenderam que trazer um cônjuge ou filhos para Portugal depois de ter a sua situação regularizada é coisa para acontecer ao fim de dois anos. Ora, se lhe somarmos a infinidade de tempo que demora a regularizar uma situação dado estado de entupimento dos serviços, é muito provável que pais e filhos já nem se reconheçam uns aos outros. Num país de formação judaico-cristã que tem na família um dos seus pilares centrais - e mais ainda na retórica de partidos que sustentaram esta alteração à lei - chega a ser bizarro este passo contra a família. Claro que Marcelo não podia deixá-lo passar em branco e claro que mereceu o veredicto de inconstitucionalidade. Estamos aqui para ver, agora, o que sucede às mudanças que este Governo quer trazer à legislação laboral e que servem muita gente, menos a tão sagrada família.