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A Deloitte publica todos os anos um relatório (Deloitte Football Money League) que procura analisar a performance financeira dos principais clubes europeus com base em três geradores de receitas: receita do dia do jogo, direitos de transmissão e receitas comerciais (merchandising e outras). Deixo algumas informações importantes nele contidas.
Nesta 21.ª edição, muitos dos nomes mais conhecidos do futebol europeu mantêm a sua presença ainda que em 20, 13 clubes tenham mudado de posição.
O impacto nas receitas dos clubes das competições da UEFA (Champions e Liga Europa) é o maior de sempre.
Pela primeira vez na história o primeiro (Manchester United) dista do segundo (Real Madrid) uns escassos 1,7 milhões de euros.
Igualmente pela primeira vez, os três primeiros lugares pertencem a clubes cujas receitas agregadas totalizaram dois mil milhões de euros o que é mais do que a receita agregada total dos clubes que ficaram entre o 20.º e o 30.º lugar (inclusive).
A evolução é supersónica: na época de 2016/2017 o volume de receitas necessário para figurar no top 20 é de 200 milhões de euros. Na época de 1996/1997 36 milhões permitiam a entrada!
Os direitos de transmissão são, de longe, a maior fonte de receita dos clubes no top 20 , 43%, com as receitas comerciais e as receitas do matchday a atingirem os 38% e os 17% respetivamente.
A hegemonia inglesa continua inquestionável com 10 clubes em 20 ainda que longe dos 17 registados na época de 2014/2015.
Espanha é a segunda grande potência financeira com três clubes no top 20, dois deles em renhida competição. O FC Barcelona deslizou de segundo para terceiro apenas pela segunda vez em nove anos.
Apesar de a Football Money League ser ainda claramente dominada pelos clubes europeus, é previsível a entrada no top 20, num futuro já próximo, de um clube chinês ou americano.
A Deloitte chama a atenção para o perfil do Atlanta FC, nos EUA e do Guangzhou Evergrande Taobao FC, na China.
Nenhum clube português é mencionado.
ANALISTA FINANCEIRA