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Em 2010, e em pleno período pós-crise, portugueses e europeus interrogam-se sobre o seu futuro. É sabido que a Europa, em especial a União Europeia (UE), vive um momento desafiante em que a questão prioritária parece ser a definição de uma política socioeconómica comum, promotora de crescimento e bem-estar social.
E, quando se anuncia que, revisto o crescimento chinês para 2008, este se situa nos 9,6%, permitindo à China ultrapassar o Japão, afirmando-se como a segunda economia mundial em 2010, a verdade é que na UE as diferentes economias enfrentam grandes dificuldades.
Se na Grécia o desemprego e a situação social sugerem grande preocupação, em Espanha a taxa de desemprego (próxima dos 20%, ou seja, perto de 4,5 milhões de pessoas), o recuo do PIB de 0,3 % no terceiro trimestre de 2009, e a ausente recuperação do consumo, fragilizam as perspectivas em matéria de crescimento. Também em França o que mais inquieta é o desemprego. Por exemplo, segundo dados estatísticos oficiais - e, considerando que em 2008, a economia francesa perdeu perto de 410 mil postos de trabalho - em 2009, quer no segundo quer no terceiro trimestre, foram destruídos, por trimestre, mais de 80 mil empregos, sendo a indústria (que regista fortes perdas de emprego desde 2001) e a construção (atingida agora com o pior resultado de há dez anos) os sectores mais afectados.
Além do mais, importa não ignorar o motor da economia europeia: a economia alemã. Com um expectável défice público na ordem dos 6% do PIB em 2010, o novo governo alemão tudo tem feito para tranquilizar os alemães, afirmando ser possível regressar à estabilidade e ao emprego dentro dos próximos três anos.
Ora, é com a convicção de que é necessário assegurar crescimento económico capaz de suportar o modelo social europeu que os dirigentes da UE se encontrarão em Bruxelas, a 11 de Fevereiro, para uma cimeira extraordinária consagrada ao relançamento do crescimento económico e presidida pelo novo presidente permanente do Conselho Europeu, criado pelo Tratado de Lisboa.