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As imagens das cheias na Grande Lisboa e no Alentejo deixam o coração apertado. Mesmo de quem não sofreu perdas materiais. A morte de uma mulher, em Algés, na cave alagada onde vivia, a tentar salvar o marido acamado, é, no entanto, um crivo na alma. Fará parte das vítimas das intempéries sejam elas de água ou fogo. Há, porém, exemplos a citar no meio desta desgraça: a solidariedade entre alentejanos em Campo Maior e o resgate de animais em Loures. Sabendo que outros se afogaram na torrente, caso de ovelhas, porcos e galinhas, é bom ver animais ao colo de humanos com água até à cintura. Desconhece-se, ainda, se há animais de companhia que não tenham escapado. O que foi dito é que muitos dos salvos estavam em más condições e foram deixados para trás. Por aqueles que se dizem donos. Mas os patudos só são de quem os ama. Disso ninguém duvida.
*Jornalista