"Fake News" são mentiras perigosas para a democracia
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Com um telemóvel na mão qualquer pessoa, atualmente, pode ser um potencial "fabricador" de "fake news". A existência de notícias falsas na verdade não é nova. As eleições presidenciais norte-americanas de 2016 deram o mote quando começaram a surgir histórias virais no Facebook. A maioria do conteúdo era dirigido aos apoiantes de Donald Trump, que foi eleito com recurso a muitas informações falsas que os seus apoiantes acreditaram ser verdades absolutas. Sem verificação de fontes, sem contraditório foi desde essa altura que as "fake news" entraram no dia a dia, como uma quase normalidade.
Outra vaga de notícias falsas que influenciaram as pessoas, cita-se por exemplo, o referendo do (Brexit) para a saída do Reino Unido da União Europeia.
Também no recente processo eleitoral autárquico, Portugal assistiu à circulação de milhares de "fake news" com alvos bem definidos que visavam a desinformação e prejudicar candidatos e familiares, partidos políticos e staffs. Uma campanha difamatória para denegrir a imagem de determinados políticos e partidos com o objetivo de levar os cidadãos a terem comportamentos inadequados e perigosos que incitavam ao ódio nas redes sociais.
Como sobreviver ao ódio das redes sociais?
Todos podemos opinar em democracia sobre qualquer assunto, seja onde for e quando for, mas a melhor arma para estancar o ódio das redes sociais é o silêncio, ignorar para não alimentar os insultos gratuitos e os comentários de conteúdos duvidosos, na maioria, feitos sem rosto, com nomes escondidos em páginas falsas e conteúdos patrocinados. Pois, como sabemos, as redes sociais funcionam como um megafone ruidoso omnipresente que amplifica a mensagem.
O algoritmo tem sido soberano. E o futuro da democracia fica assim comprometido. Hoje, com os perfis falsos, os bots com inteligência artificial, são capazes de espalhar boatos e ódio em grande escala, como expiação de frustrações e reforço de preconceitos.
Nas recentes eleições autárquicas, Paredes pode ser um dos exemplos onde as centenas de "fake news" não vingaram. A candidatura que recorreu a notícias falsas foi a derrotada. Venceu a comunicação positiva, clara, empática, responsável, firme e rigorosa.
É urgente a Literacia Digital para que os cidadãos possam opinar sobre tudo, mas não como juízes virtuais sem conhecimento de causa. Precisamos de mais democracia e menos ódio, mais diálogo e menos ruído para pôr fim às mentiras disfarçadas de verdades!