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Como é sabido, a Casa da Música, obra icónica da Porto, Capital Europeia de 2001, foi inaugurada em… 2005, perante o gozo de meio país que dizia que, no Porto, depois de comemorarmos a passagem do milénio no Dia dos Reis, concluíamos 2001 em 2005! Era evidente, desde o início, que a Casa da Música nunca ficaria pronta em 2001, mas os responsáveis não tiveram a coragem de o assumir.
Relativamente às obras do metro em curso no Porto, os responsáveis governamentais e da Metro também não têm a coragem de assumir os prazos reais, continuando a mentir, com anúncios de prazos completamente irrealistas.
A 7 de fevereiro de 2022, o presidente da Metro do Porto reafirmava o objetivo de ter as linhas (Rosa e extensão da Amarela) operacionais até 2023.
A 29 de abril, a Metro enviou um ofício à Câmara do Porto a solicitar o abate de duas árvores na rotunda da Boavista, onde reafirmava o “compromisso cimeiro de ter os trabalhos de “jet-grouting” terminados até 31 de maio, conforme é o desejo de todos por imperativo das comemorações do S. João”. É sabido que, na Boavista, comemorações de S. João não houve e as obras continuam em curso no interior do jardim…
O presidente da Metro afirmou, a 8 de maio, que “a Linha Rosa estará operacional em julho de 2025”. Algo que sabe que não acontecerá. Quanto muito, poderá ter todos os túneis abertos e consolidados, mas não terá as estações prontas nem as linhas instaladas e sinalizadas prontas a funcionar.
De igual modo, afirmar que teremos a Linha Rubi (a que liga a Casa da Música a Santo Ovídio com uma nova ponte sobre o Douro) pronta no final de 2026 é mais uma mentira. Mais vale, isso sim, começar a pensar como será o pagamento desta obra que se prolongará para além da data prevista do fim do PRR.
Pede-se, assim, que falem verdade! Respeitando os cidadãos, designadamente aqueles que verão a sua vida infernizada durante as obras e que merecem saber o que realmente os espera.