Anda tanta gente (e muito bem) preocupada com a guerra na Ucrânia, com os horrores que por lá acontecem todos os dias e os apoios aos refugiados que não param de aumentar, que decidi dedicar a crónica de hoje a todos aqueles que precisam de espairecer um pouco desses temas.
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Como é evidente, nem eles, nem eu queremos esquecer por um dia a gravidade da situação, mas até em nome da nossa sanidade mental temos todos que perceber que há vida para além da morte que todos os dias conhece novas histórias no cenário da guerra.
Aliás, a sugestão que hoje aqui trago nem sequer exige que dispersemos a nossa atenção durante um dia inteiro. Bastarão duas ou três horas no máximo, para podermos ter uma experiência diferente que nos pode reconciliar com a vida e levar o nosso pensamento e os nossos bons sentimentos para longe dos cenários catastróficos com que somos "bombardeados" a todo o momento.
Falo de nos dedicarmos durante um almoço, ou um jantar, àqueles que são para mim os melhores rojões do Mundo e arredores. Para acalmar todos aqueles que já me estão a acusar de ser um exagerado, posso mudar a classificação para "os melhores rojões de Famalicão e arredores". Em Antas, Famalicão, a dois passos dos meus grandes amigos da ATP e do Citeve (duas das maiores referências da indústria têxtil e vestuário portuguesa), localiza-se a Casa Pêga, onde a comida é toda caseirinha, no bom sentido da palavra, mas os rojões são os campeões em título.
Ir à Pêga, nas terras de Camilo, significa ir atrás dos rojões que se deixam comer como se não houvesse amanhã. Mas ir à Pêga para muitos dos seus amigos é também ir à D. Emília. Sem desprimor pelo resto da família, onde se inclui o irmão que se ocupa e muito bem dos vinhos, não haveria a Pêga sem a D. Emília, uma "mulher e peras", que nos ajuda a recuperar o conceito dos bons e velhos restaurantes familiares. Quando lhe caímos em graça, até nos telefona a avisar que vai haver matança, para sermos os primeiros a comer-lhe os rojões.
Como já perceberam, os rojões são os protagonistas principais deste templo famalicense, mas para os que preferem coisas mais "leves", também recomendo por experiência própria o entrecosto em vinha de alhos, a vitela estufada com favas ou o bacalhau à moda da casa. Numa casa que não é de modas, este bacalhau é frito como o de Braga, mas a diferença está no colorido que o feijão-verde lhe dá.
*Empresário