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Existe uma linha ténue entre o fanatismo e o amor no que toca a futebol. Na vida também, muitas vezes, é confundido o apego e a obsessão por alguém com o amor de verdade. Mas isso é outra conversa.
Antes do treino da seleção, como tem sido costume, foram muitos os adeptos à porta do hotel de Portugal a tentar ver os jogadores. E lá conseguiram: Pepe e Francisco Conceição deram alguns autógrafos. Ouvi alguns comentários como aquelas pessoas “não têm mais nada que fazer” ou que são “fanáticas” pelos jogadores. Mas é um amor assim tão pouco saudável? Gostar deste desporto que nos faz arrepiar?
Idolatrar jogadores que trabalharam no duro para chegar ao topo? Não seria melhor ver isso com uma lente de inspiração do que com uma lente crítica? Acredito que estes adeptos fazem isto por amor e eu sou feliz ao recordar que também já o fiz. Vi muitos pais e mães com crianças pequenas e lembrei-me dos tempos em que ia com o meu pai aos jogos do meu clube, mesmo ele não partilhando o meu gosto clubístico.
Lembro-me das horas passadas para ter um autógrafo dos meus jogadores preferidos e de ficar com o coração aos saltos assim que os via a passar, mesmo que ao longe. Lembro-me da minha mãe, através de uma amiga, conseguir posters assinados dos craques que eu tanto admirava quando era mais novo. Ainda bem que tive esta infância, sou grato por isso. Se isto é fanatismo e não amor, então sou um fanático com todo o gosto.
