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Há um famoso provérbio oriental que sugere que em épocas de fartura os problemas são habitualmente imensos. Por isso, é natural que seja nessas alturas que se cometem os erros que originam as crises, que acabam depois por afetar uma parte muita elevada da população que pouca ou nenhuma interferência direta teve no processo decisório. Parte importante dos erros que se cometem está ligada ao investimento realizado. Daí a importância de, em matéria de despesa pública, haver necessidade de se fazer opções, o que significa, muitas vezes, ter que se dizer não!
Se é consensual que o futuro passa pela aposta na competitividade e internacionalização da economia, tendo como base o investimento em investigação, desenvolvimento e inovação com vista à qualificação média do emprego, isto implica fazer opções. Significa que a maior parte do investimento disponível deve ser canalizado para aí. E como estamos a falar de valores que são, e acreditem que são sempre, um bem finito, então tal origina que, na concretização da distribuição financeira, a maior fatia se deve dirigir às empresas, centros de I+D e de desenvolvimento tecnológico e ao reforço da qualificação dos recursos humanos.
Esta opção de política de desenvolvimento tem uma consequência óbvia: passa a existir menos dinheiro para investimento em infraestruturas. Não que este tipo de investimento deva ser abolido em situações em que ele se revele fundamental, mas o seu limite passa a ser o diferencial dos montantes aplicados na opção principal. Porque o valor global não muda, em especial quando falamos de fundos estruturais. E porque se inicia agora um novo ciclo de programação, o Portugal 2020, vale a pena chamar a atenção para o óbvio. Negar a realidade pode ser fatal.
O emprego e a qualificação do emprego são, assim, o maior dos desafios a vencer na região e no país. Mas tal implica fazer opções que poderão obrigar a selecionar e, provavelmente, a deixar de fora alguns dos investimentos que ainda considerámos importantes. Para concretizar os que são prioritários.
Poderemos ser obrigados a selecionar e, provavelmente, a deixar de fora alguns dos investimentos que ainda considerámos importantes. Para concretizar os que são
prioritários