Ninguém está livre de ser acusado injustamente. Os cristãos podem aceitar e viver essas situações com serenidade e até alegria. Foram preparados para essa situação pelo próprio Jesus, perseguido e condenado iniquamente à morte.
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No discurso das Bem-aventuranças, Jesus diz: "Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam" (Mt 5, 11-12). Lucas, acrescenta: "Ai de vós, quando todos disserem bem de vós! Era precisamente assim que os pais deles tratavam os falsos profetas" (Lc 6, 26).
Os primeiros cristãos e muitos mártires ao longo da história da Igreja confundiram os seus perseguidores pela alegria que sentiam ao serem chamados a dar o mesmo testemunho que Jesus. S. Inácio de Antioquia, a caminho de Roma para ser martirizado, pede mesmo aos romanos que nada façam para o livrar do martírio.
A perseguição aos cristãos não é algo que só tenha acontecido nos primeiros séculos. "Mais de 360 milhões de cristãos ao redor do Mundo enfrentam altos níveis de perseguição e discriminação por causa da fé em Jesus", segundo a Lista Mundial da Perseguição divulgada em 2022 pela "Portas Abertas", uma organização cristã internacional. De acordo com a mesma fonte, entre 1 de outubro de 2020 e 30 de setembro de 2021 foram mortos 5898 cristãos, presos sem processo 6175 e raptados 3829.
Comparado com o que sofreram todos esses cristãos, sobretudo nos países onde a perseguição é extrema, severa ou alta, uma denúncia caluniosa, ainda que causadora de sofrimento, não é nada. Deve ser vivida com tranquilidade e, até, júbilo evangélico. Intranquilo deve estar aquele que é bajulado pelos poderosos deste Mundo.
*Padre