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O Braga que vimos no Celtic Park e em Alvalade parece renascido das cinzas depois de um ciclo de acelerada autocombustão nas últimas semanas.
Na Escócia, o Braga tornou-se na primeira equipa portuguesa a vencer no difícil terreno do Celtic, mantendo-se no topo da classificação da Liga Europa depois de defrontar adversários teoricamente mais complicados. A equipa apresentou-se tranquila, bem organizada, controladora e eficaz, conquistando uma vitória justa apesar do VAR ter errado quando invalidou um golo aos escoceses.
Em Alvalade, a história foi diferente. O Braga também quis ter bola e mostrou dominar o jogo, mas acabou por sofrer um golo de puro azar, num lance que começou com um ressalto depois de um desentendimento entre Vítor Carvalho e Niakaté.
Apesar do Braga dominar o jogo, as incidências não cessaram de nos recordar como funciona a Liga Portugal, essa competição em que é preciso sofrer três pénaltis em Alvalade para que seja assinalado um. E em que Debast precisa de fazer três faltas para que seja marcada uma.
A justiça do jogo compôs-se já no período de descontos: penálti incontestável aos 90+3 e pontapé de Zalazar para o golo do Braga.
O empate num jogo de elevada dificuldade confirma um padrão desta época: o Braga joga melhor com os adversários teoricamente mais difíceis do que com os adversários comuns. Aumenta para seis o número de jogos sem vencer na Liga e adensa-se uma dúvida nas hostes bracarenses: estará este Braga a renascer das cinzas ou estaremos condenados ao castigo de Sísifo com a pedra a rolar outra vez montanha abaixo? Nos próximos jogos teremos a resposta.