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A liberdade, que nunca está garantida no futuro, está hoje severamente ameaçada, assim como a igualdade, os direitos das mulheres, o desenvolvimento. É por isso hoje, como foi ontem, imperativo que se celebre a democracia, esse dia maior do país, e incompreensível que o Governo queira ser papista quando seria fácil imaginar Francisco a descer a Avenida dos Aliados com um cravo vermelho na mão. O sobressalto, o grito ou o sonho nem podem ser adiados, nem podem ser cancelados, devem ser celebrados, numa festa tão grande como a última a que o Papa presidiu, a pedir paz. O luto por esse homem que também ousou desafiar a ditadura, que resgatou e teve de transportar pessoas escondidas e atravessar postos de controlo militar também pode ser celebrado com a festa da liberdade.