Os assuntos são sérios e merecem muita ponderação.
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Em primeiro lugar como precaver efeitos gravosos que uma greve como a dos motoristas de materiais perigosos pode desencadear.
Em segundo lugar, perceber a fundo quais as razões que levaram a esta greve e, de caminho, quem são e o que fazem estes profissionais.
Em terceiro lugar, revisitar o enquadramento legal que regula o direito à greve.
Começando por este, talvez fosse de discutir se a forma máxima de protesto está ainda bem desenhada considerando a evolução da proteção dos direitos fundamentais dos trabalhadores, agora constitucionalmente consagrados ou a evolução da economia e a sua dependência energética.
Neste sentido, talvez os direitos e deveres destes trabalhadores devessem ser acautelados de uma forma muito mais potente do que o direito à greve.
Por outro lado, talvez fosse de regular quais os procedimentos e os prazos para listar e comunicar as medidas governamentais adequadas à situação.
Talvez assim se estimulasse uma outra reação pública para além desta cansativa produção de argumentos sobre as motivações políticas de cada agente partidário.
A António Costa acusam de autoritário e agitador, a Rio de distraído ou mudo e ao CDS (não me lembro de ver a líder) de dar uma no cravo e outra na ferradura. O PCP e o BE não tem dado azo a grandes derivas porque parecem os novos partidos que se apresentaram às europeias e de quem já nos esquecemos.
Claro que com a mesma ligeireza com que se acusa o Governo de agitprop e a oposição de mutismo inábil se acusarão uns e outros no exato contrário se a situação se descontrolar.
Para este tipo de brilho que queima sem iluminar só mesmo de óculos escuros...
*Analista financeira