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Independentemente do que venha a suceder daqui para a frente, mesmo já com um clássico à porta, há uma sensação de alívio evidente na equipa e, consequentemente, nos adeptos: o F. C. Porto foi devolvido ao seu patamar natural em competição e voltou a ser a equipa capaz e combativa que há décadas inspira o seu processo de identificação. O que pareceu uma eternidade, a do ano passado, abúlica e medíocre, parece ter sido ultrapassada por um timoneiro e um conjunto de jogadores que regressaram à vida em conjunto e à aspiração de serem felizes a jogar à bola. A determinação e confiança cresce no reino do Dragão e há razões de sobra para acreditar que os primeiros 45 minutos frente ao Casa Pia sejam repetíveis muitas mais vezes. Um plantel a transpirar boa condição física é o testemunho das ideias do seu treinador, uma pré-época e nove pontos depois. Convenhamos que era difícil encontrar um arranque mais convincente e distinto face ao passado recente. Mesmo sem Samu, o íman de Jong libertou os alas para os espaços que souberam explorar com inteligência. Tanto Borja Sainz como William Gomes fizeram tudo para não desperdiçar as oportunidades de afirmação num jogo de sentido único que só podia ser desbloqueado na velocidade e pela capacidade de jogar um contra um. Depois, há a inteligência e a profundidade táctica de Victor Froholdt, tanto na forma como transporta, como também na inteligência como decide face aos compassos de espera. Notável e, indiscutivelmente, é um dos jogadores que deixará marca neste campeonato. Com o pleno de pontos em três jornadas, sem golos sofridos, confiantes, o teste de Alvalade pode ser uma assinatura de autor para uma obra em construção. O fim do bloqueio chegou.