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Cada final de ciclo tem as suas comemorações, tradicionalmente as festas e bailes, sendo a viagem de finalistas, por norma, o epílogo de um percurso de 12 anos de estudo, preferencialmente para países estrangeiros com clima ameno e locais animados, onde se possam compilar boas memórias. Os alunos não dispensam esta atividade, organizada extraescola, e que faz o deleite de milhares.As empresas organizadoras deste evento estão mais atentas e prevenidas, envolvendo as associações de estudantes e, por vezes, o movimento associativo parental, garantindo, deste modo, o aumento da segurança imprescindível para que milhares de discentes se divirtam de forma salutar, evitando que pais e encarregados de educação vivam esta semana com o coração nas mãos.
Tendencialmente são cada vez menos as notícias a relatar excessos intoleráveis de jovens alunos, devendo, por conseguinte, orgulharmo-nos e felicitá-los pelos êxitos almejados, desejando-lhes sucesso para uma nova página da sua vida, seja o ingresso no mercado de trabalho ou a prossecução do percurso académico no Ensino Superior.
A pausa letiva da Páscoa destina-se, sobretudo, ao descanso e à recuperação de energia para enfrentar a derradeira e decisiva etapa do ano nas escolas, implicando de todos os que estão na linha da frente - alunos e professores, para além do pessoal não docente - empenho máximo sob a premissa de um desfecho o mais próspero possível.
Simultaneamente, os partidos políticos apresentam a conta-gotas os seus programas eleitorais tendo em vista as eleições legislativas, debatidos a ritmo tão intensivo quanto desinteressante (a maioria deles), relegando para plano secundário a Educação, quantas vezes respondendo “à la carte” às perguntas pertinentes dos jornalistas, seguindo um guião pré-elaborado e debitando o que lhes interessa. Conseguirão esclarecer alguém?
Creio que ainda há tempo de inverter a corrente, da qual teimosamente respiram os discursos dos líderes políticos, desejando-se melhor clarificação, explicitação de intenções e compromissos para as áreas da Educação, não sendo aconselháveis alterações, só porque sim, ao sabor das marés eleitorais.
A Educação deve ser tratada com elevação e humanidade, à revelia de interesses político-partidários, reconhecendo a necessidade de um cunho pessoal condizente com a atribuição de autonomia às escolas, retórica sublinhada nos discursos políticos, mas, à data, aquém da prática de qualquer Governo.