Corpo do artigo
É oficial. Há fome em Gaza. São várias agências das Nações Unidas que se juntam para certificá-lo, "com base em provas razoáveis". E em pormenor: "Até ao final de setembro, mais de 640 mil pessoas enfrentarão níveis catastróficos de insegurança alimentar em toda a Faixa de Gaza. Mais 1,14 milhões de pessoas no território estarão em emergência e outras 396 mil pessoas em situação de Crise". Há morte por inanição a escassas centenas de metros de fartura de comida, numa terra fértil, disse, emocionado, um representante da ONU. E mais uma vez Israel diz que é falácia, que o Mundo acredita nas patranhas do Hamas, que Israel previne a fome. E depois diz, pela voz do ministro da Defesa, que o inferno vai cair sobre a cabeça dos assassinos. Ora bem, ou a ONU perdeu o tino e toma posição com base em publicações nas redes sociais, ou o Mundo tem definitivamente de travar um líder que já não representa o sentir do seu próprio povo - e que está a condenar à morte o seu melhor argumento para a pior guerra do século: os reféns israelitas.